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  "Porque gosto do porto?

 

 Se respondesse à interrogação no modo terra-a-terra do (que sobrevive) portuense da Rua do Loureiro, da Fontinha ou da Lomba, bastaria dizer «gosto porque sim» e ponto final, no assunto. Às coisas óbvias nada há a acrescentar e, face aos arroubos do coração, certas explicações torna,-se desnecessárias...Resta, pois a tentativa de demonstrar o indemostrável...

 Gosto porque atravesso uma rua e subo o passeio onde jogava à samaira (em Anselmo Braancamp, e a sameira era cápsula de refrigerante com casquinha de laranja dentro a fazer peso. Ganhava quem chegasse primeiro ao limite da berma granítica, cem metros adiante). Gosto porque na Porta do Olival recordo os propangandistas (o mais de todos o Machado, contava histórias infidanvéis e fantásticas de pôr a gente a rebolar-se com riso). Gosto porque chego ao Infante e lá está o Um, o mais simpático dos elétricos. Íamos nele, n atrelado que levava à Foz e ao Molhe, logo que o sol de Junho quebrava as frieiras inverniças do burgo - que, às vezes se estendem de Novembro a finais de Maio e além, com morrinhas, nevoeiros, choviscos, aguaceiros e outras arrelias..."

 

 

 O Porto tem origem num povoado pré-romano. Na época romana designava-se Cale ou Portus Cale, sendo a origem do nome de Portugal.  Situa-se na margem direita do rio Douro, próximo da sua foz, e é a segunda cidade de Portugal. Atingindo a altitude máxima de 163 m, está unida à margem esquerda do rio, onde se situa a cidade de Gaia, por quatro majestosas pontes rodoviárias - Arrábida, D. Luís, Freixo e Infante - e duas ferroviárias - S. João e D. Maria, esta já desativada e considerada monumento nacional.
O Porto dista 320 km de Lisboa e a sua população distribui-se por 15 freguesias: Aldoar, Bonfim, Campanhã, Cedofeita, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Massarelos, Miragaia, Nevogilde, Paranhos, Ramalde, Santo Ildefonso, S. Nicolau, Sé e Vitória. Tem uma área de aproximadamente 40,1 km2.
Em 2005, o concelho apresentava 244 998 habitantes.
O natural ou habitante do Porto denomina-se portuense.
Cidade de granito, escura e austera, goza de um clima temperado mediterrâneo, embora bastante húmido. As amplitudes térmicas anuais não são muito elevadas, graças à proximidade do oceano e de um ramo da corrente quente do golfo, que passa próximo da costa.
O distrito do Porto é limitado a norte pelo distrito de Braga, a este pelo distrito de Vila Real, a sul pelo distrito de Aveiro, a sudeste pelo de Viseu e é banhado pelo oceano Atlântico a oeste. 

 A cidade do Porto, cuja fundação se perde na noite dos séculos, desempenhou sempre papel relevante nos acontecimentos que têm marcado a vida nacional. 
Designada Portucale desde o século V, deu o nome ao Condado Portucalense, onde teve origem Portugal. Em 1111, D. Teresa, mãe do futuro primeiro rei de Portugal, concedeu ao bispo D. Hugo o couto do Porto. Das armas da cidade faz parte a imagem de Nossa Senhora. Daí o facto de o Porto ser também conhecido por "cidade da Virgem", epítetos a que se devem juntar os de "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta", que lhe foram sendo atribuídos ao longo dos séculos e na sequência de feitos valorosos dos seus habitantes, e que foram ratificados por decreto de D. Maria II.
Foi dentro dos seus muros que se efetuou o casamento do rei D. João I com a princesa inglesa D. Filipa de Lencastre. A cidade orgulha-se de ter sido o berço do infante D. Henrique e de albergar numa das suas muitas igrejas - a da Lapa - o coração de D. Pedro IV, que o ofereceu à população da cidade em homenagem ao contributo dado pelos seus habitantes à causa liberal. Aliás, o liberalismo, o amor à liberdade e o patriotismo foram sempre valores muito caros aos portuenses. O próprio epíteto de "tripeiros", de que os genuínos portuenses muito se orgulham, provém de uma dessas manifestações de amor pátrio, pois, ao ajudarem a equipar a armada que saiu da barra do Douro para a conquista de Ceuta, entregavam nos porões dos navios as carcaças completas das reses que iam abatendo, reservando somente as vísceras para consumo próprio.

 

 

 

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